segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Aumenta o número de "falsas conversões" entre adolescentes cristãos

"Se a sua igreja não consegue sobreviver sem um certo número de membros comprometidos, você acaba não querendo pregar uma mensagem que possa irritar as pessoas. Todo mundo vai concordar se você apenas disser que devemos ser bons e que Deus recompensa os que são bons"


Anne Havard de Atlanta, Geórgia, pode ser uma raridade. Ela é uma adolescente americana que é apaixonado por sua fé cristã
Se você é pai ou mãe de um adolescente cristão, Kenda Creasy Dean faz um alerta: seu filho está seguindo uma forma mutante de cristianismo e você pode ser o responsável. Dean afirma que cada vez mais adolescentes estão adotando o que ela chama de “deísmo moralista-terapêutico”.
Tradução: uma fé enfraquecida que mostra Deus como um “terapeuta divino”, cujo principal objetivo é aumentar a auto-estima das pessoas.
É crescente o número de conversões falsas entre adolescentes cristãos. Dean é pastora, professora do Seminário Teológico de Princeton e autora de Almost Christian, [Quase cristão]. Seu livro argumenta que muitos pais e pastores estão propagando inconscientemente essa forma egoísta de cristianismo. Ela afirma que essa fé “impostora” é uma razão pela qual os adolescentes abandonam as igrejas.
“Se este é o Deus que eles estão vendo na igreja, então estão certos em querer nos abandonar”, diz Dean. “As igrejas não dão motivos suficientes para eles se sentirem motivados.”

Características comuns dos jovens apaixonados pelo que fazem:

Dean tirou suas conclusões no que ela chama de um dos verões mais deprimentes de sua vida. Ela entrevistou adolescentes sobre sua fé depois de ajudar a realizar uma pesquisa para o controverso “Estudo Nacional da Juventude e Religião”. Este estudo, que incluiu entrevistas feitas em profundidade com pelo menos 3.300 adolescentes americanos entre 13 e 17 anos, concluiu que a maioria dos adolescentes que afirmavam ser cristãos eram indiferentes sobre sua fé e não se envolviam com ela.

O estudo incluiu cristãos de todas as classes – desde católicos até evangélicos, de denominações conservadoras e também das mais liberais. Os números finais indicam que embora 3 em cada 4 adolescentes americanos (75%) se declarem cristãos, menos da metade pratica sua fé, apenas metade a considera importante e a maioria não consegue falar de maneira coerente sobre suas crenças.
Muitos adolescentes pensam que Deus quer apenas que eles se sintam bem e que façam o bem – algo que os pesquisadores chamaram de “deísmo moralista-terapêutico”.
Alguns críticos disseram à pastora Kenda Dean que a maioria dos adolescentes não consegue falar coerentemente sobre qualquer assunto profundo, mas ela argumenta que existem estudos em abundância mostrando que isso não é verdade. “Eles têm muito a dizer. Eles podem falar sobre dinheiro, sexo e suas relações familiares com detalhes. A maioria das pessoas que trabalha com adolescentes sabe que eles não são naturalmente desarticulados”, afirma Dean.

Em Almost Christian, Dean fala com os adolescentes que são envolvidos com sua fé. A maioria vem de igrejas mórmons e evangélicas, que tendem a realizar um trabalho melhor no sentido de gerar nos adolescentes uma paixão pela religião. A escritora disse que adolescentes cristãos comprometidos compartilham 4 características, não importando suas origens: eles têm uma experiência pessoal com Deus, um envolvimento profundo com uma comunidade espiritual, um senso de propósito e um senso de esperança quanto ao futuro. “Existem incontáveis estudos que mostram que adolescentes religiosos têm melhores notas na escola, têm relações melhores com os pais e se envolvem menos em comportamentos de alto risco. Eles fazem um monte de coisas pelas quais os pais oram”, escreve ela.

Dean é uma pastora ordenada pela Igreja Metodista Unida e que diz que os pais são a influência mais importante na fé dos filhos. Por isso, coloca sobre os adultos a responsabilidade maior pela apatia religiosa dos adolescentes. Alguns adultos não esperam muito dos pastores e líderes de jovens. Os pais simplesmente esperam que os pastores mantenham os jovens longe das drogas e do sexo antes do casamento. Outros ensinam um “evangelho legal”, no qual a fé consiste simplesmente em fazer o bem e não machucar os outros. Não se ouve sobre o chamado cristão para correr riscos, testemunhar e se sacrificar pelos outros, conclui Dean. “Se os adolescentes carecem dessa articulação da fé, possivelmente é porque a fé que mostramos a eles é muito fraca para merecer mérito durante a conversa”, escreveu Dean, com a autoridade de quem é professora de Juventude e Cultura Eclesiástica no Seminário Teológico de Princeton.
Teen Guide: É crescente o número de conversões falsas entre adolescentes cristãos - Mais adolescentes podem estar se desviando do cristianismo convencional, mas seu desejo de ajudar os outros não diminuiu, afirma Barbara A. Lewis, autora de The Teen Guide to Global Action [Guia dos Adolescentes para Ação Global]. Ela diz que Dean está certa – muitos adolescentes estão adotando uma crença distorcida sobre quem é Deus.
No entanto, houve uma “explosão” no envolvimento dos jovens desde 1995, o que Lewis atribui a mais escolas enfatizando a necessidade de serviço comunitário. Adolescentes menos religiosos não são automaticamente menos compassivos, afirma.

“Vejo um aumento na paixão dos jovens para fazer deste mundo um lugar melhor. Muitos jovens estão buscando a solução dos problemas. Eles não estão esperando pelos adultos”, conclui Lewis.

O que os adolescentes dizem sobre seus colegas.

Elizabeth Corrie encontra alguns desses adolescentes idealistas em todos os verões. Ela adotou o desafio central do livro de Lewis: incutir a paixão religiosa nos adolescentes. Corrie, que já foi professora de religião do ensino médio, hoje dirige um programa chamado YTI – Youth Theological Initiative [Iniciativa Teológica da Juventude] da Universidade de Emory, na Geórgia. O YTI funciona como um curso rápido de treinamento teológico para os adolescentes. Pelo menos 36 estudantes do ensino médio de todo o país reúnem-se para três semanas de formação cristã. Eles adoram a Deus juntos, visitam diferentes comunidades religiosas e participam de projetos comunitários.

Corrie diz que não há escassez de adolescentes que desejam ser inspirados e fazer deste um mundo melhor. Mas o cristianismo que alguns aprenderam não os inspira “a mudar alguma coisa que não está funcionando no mundo”.

“Adolescentes querem ser desafiados; eles querem que suas perguntas difíceis sejam levadas em consideração. Achamos que eles querem bolo, mas eles realmente desejam bife com batatas fritas, e nós continuamos a lhes dar bolo”, acredita Corrie.

Estudante de uma escola em Atlanta, David Wheaton diz que muitos de seus colegas não estão motivados com o cristianismo porque não conseguem ver o retorno disso. ”Se eles não conseguem ver benefícios imediatos, acabam se mantendo longe. Eles não querem fazer sacrifícios”, afirma.

Como pais radicais instigam a paixão religiosa em seus filhos

Não são apenas os pais, as igrejas também compartilham a culpa pela apatia religiosa dos adolescentes, afirma a professora Corrie. Ela diz que os pastores muitas vezes pregam uma mensagem de segurança que pode atrair um número maior de fiéis. O resultado: mais pessoas bocejando nos bancos.
”Se a sua igreja não consegue sobreviver sem um certo número de membros comprometidos, você acaba não querendo pregar uma mensagem que possa irritar as pessoas. Todo mundo vai concordar se você apenas disser que devemos ser bons e que Deus recompensa os que são bons”, conclui Corrie.
Parafraseando a autora de Almost Christian, Corrie enfatiza que o evangelho da gentileza não consegue ensinar os adolescentes a enfrentar uma tragédia. “Não consegue suportar o peso de questões mais profundas: Por que meus pais estão se divorciando? Por que meu melhor amigo cometeu suicídio? Por que, nesta economia, eu não consigo o emprego bom que me foi prometido se fosse um criança estudiosa?” O que um pai pode fazer então? “Seja radical”, responde Dean.

Ela diz que os pais que fazem algum ato radical de fé na frente de seus filhos transmitem mais do que um grande número de sermões e viagens missionárias. Um ato radical de fé poderia envolver algo simples como passar um verão na Bolívia trabalhando em um projeto de renovação agrícola ou recusar uma oferta de emprego mais lucrativa para ficar em uma igreja que está passando por lutas, aponta Dean.

Mas não é suficiente ser radical – os pais devem explicar que “esse é o modo como cristãos vivem”. ”Se você não disser que está fazendo isso por causa de sua fé, seus filhos dirão que os pais são realmente pessoas legais. Não se entende que a fé deveria fazer você viver de forma diferente, a menos que os pais ajudem os filhos a perceber isso”, diz Dean.

“Eles me ligaram quando eu estava sem opções”

Anne Havard, uma adolescente de Atlanta, pode ser considerada radical. Uma jovem cuja fé parece estar incendiada. Ela participou do programa da universidade Emory. Hoje, fica emocionada quando fala sobre a possibilidade de ensinar teologia futuramente e cita estudiosos de peso, como o teólogo Karl Barth.

Ela está tão entusiasmada com sua fé que, após ouvir uma questão, dispara uma resposta de 5 minutos antes de parar e rir: “Desculpe, já falei demais”.

Havard diz que sua fé tem sido alimentada pelo que Dean chama em Almost Christian “uma comunidade de fé relevante”.

Em 2006, o pai de Havard foi vítima de uma forma rara de câncer. Em seguida, perdeu uma das suas melhores amigas – uma jovem na flor da vida - também para o câncer. Foi aí que sua igreja e seu pastor entraram em cena. Segundo ela: ”eles me ligaram quando eu estava sem opções”.

Quando questionada sobre como sua fé se manteve após perder o pai e sua amiga, Havard não ficou procurando palavras como alguns dos adolescentes em Almost Christian.

Ela diz que Deus falou mais quando se sentiu sozinha – como Jesus deve ter se sentido na cruz. “Quando Jesus estava na cruz clamando: ‘Meu Deus, por que me abandonaste”?’ Jesus era parte de Deus”, diz ela. “Então, Deus sabe o que significa duvidar. Está tudo bem passar em uma tempestade, ter dúvidas, porque Deus também estava lá”.


Fonte: CNN via http://blogdopcamaral.blogspot.com/
e via Genizah!

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

João Calvino sobre Cantar Salmos na Igreja

Quanto a orações públicas, existem dois tipos: a que consiste em palavras apenas; a outra inclui música. E isto não é uma invenção recente. Pois desde o início da Igreja que tem sido desta maneira, como podemos aprender nos livros de história. Nem o próprio São Paulo fala de oração por palavras apenas, mas também de cantá-las. E, na verdade, sabemos por experiência que a música tem um grande poder e força para mover e inflamar os corações dos homens para invocar e louvar a Deus com um coração mais veemente e ardente. Devemos sempre atentar com receio de a canção ser leve e frívola, mas ela deve ter sim peso e majestade, como diz Santo Agostinho. E assim, há uma grande diferença entre a música que é feita para entreter as pessoas em casa e na mesa, e os Salmos, que são cantados na igreja, na presença de Deus e Seus anjos. Portanto, se alguém desejar rectamente julgar o tipo de música aqui apresentado, esperamos que ele irá encontrá-la ser santa e pura, vendo que ela é simplesmente feita para a edificação de que temos falado, e para qualquer utilidade mais que se possa colocar. Porque mesmo em nossos lares e fora de portas que seja um incentivo para nós e um meio de louvar a Deus e levantando os nossos corações a Ele, de modo que possamos ser consolados através do meditar sobre Sua virtude, Sua graça, Sua sabedoria, e Sua justiça. Porque isto é mais necessário do que alguém poderá dizer.


Dentre todas as outras coisas que são adequadas para a recriação do homem e para lhe dar prazer, a música, se não a primeira, está entre as mais importantes, e temos de considera-la um dom de Deus feito expressamente para esse efeito. E por esta razão, temos de ter tanto mais cuidado para não abusar dela, por medo de adulterarem ou de contamina-la, convertendo para nossa perdição o que se pretende para o nosso lucro e salvação. Se ainda por esta razão apenas, nós pudéssemos ser justamente movidos a restringir o uso da música, para fazê-la servir somente o que é respeitável e nunca usá-la para desenfreados desvarios ou para nos inundar com incontrolado prazer. Nem deveria levar-nos à lascívia ou poucas vergonhas.
Mas mais do que isto, não existe quase nada no mundo que tenha maior poder de dobrar a moral dos homens desta forma, ou que, como Platão sabiamente observou. E, de facto, encontramos a partir da experiência que tem um insidioso e quase incrível poder de mover-nos para onde quer. E por esta razão temos de ser os mais diligentes para controlar a música de tal modo, que irá servir-nos para o bem e de forma alguma nos prejudicar. Esta é a razão pela qual os antigos doutores da igreja se queixavam de que o povo de seu tempo era viciado em músicas ilícitas e desavergonhadas, ao que eles tinham razão para chamar o mortal veneno de Satanás, corruptor do mundo.
Agora, no tocante à música eu reconheço duas partes, a saber, a palavra, que é o assunto e texto, e a canção ou melodia. É verdade, como diz São Paulo, que todas as palavras torpes vão corromper e perverter a boa moral. Mas quando melodia vai com elas, elas irão atravessar o coração muito mais poderosamente e penetrar adentro. Assim como o vinho é afunilado para dentro de um barril, assim é o veneno e a corrupção destilada para a própria profundeza do coração pela melodia.
Então o que deveremos fazer? Deveríamos ter músicas que não são apenas certinhas, mas santas, que irão impulsionar-nos a orar e louvar a Deus, para meditar sobre Suas obras, de modo a amá-lo, a temer a Deus, para honrá-lo, e glorificá-lo. Porque o que Santo Agostinho disse é verdade, que ninguém pode cantar nada digno a Deus excepto o que tem recebido de Deus. Portanto, onde quer que olhemos procurando ao longe e ao largo, não vamos encontrar nenhumas músicas melhores, nem mais adequadas para esse efeito do que os Salmos de David, que o Espírito Santo fez e transmitiu a ele. Assim, cantando-os, poderemos ter a certeza de que nossas palavras vêm de Deus como se Ele viesse a cantar em nós para a Sua própria exaltação. Portanto, Crisóstomo exorta tanto os homens, como as mulheres e crianças para se habituarem a cantá-los, para desta maneira por este acto de meditação nos tornarmos como um com o coro de anjos.
Então, também temos de ter em mente o que diz São Paulo, que as canções devocionais só podem ser cantadas bem apenas pelo coração. Agora o coração implica inteligência, que, diz Santo Agostinho, que é a diferença entre o canto dos homens e das aves. Porque apesar de um pintarroxo, um rouxinol, ou um papagaio cantarem tão bem, será sem entendimento. Agora é dom do homem de ser capaz de cantar e de saber o que é que está cantando. Depois da inteligência, o coração e as emoções devem seguir-lhe, e isso só pode acontecer se nós tivermos o hino gravado na nossa memória para que ele nunca cesse.
E, por conseguinte, o presente livro não precisa de muita recomendação de mim, vendo que em si possui o seu próprio valor e canta seu próprio elogio ou louvor. Apenas deixe o mundo ter o bom senso de deixar de cantar aquelas músicas, em parte, vãs e fúteis, em parte, estúpidas e aborrecidas, em parte sujas e vis e em consequência más e destrutivas - e que exerceu o seu direito até agora, e usar estes divinos e celestiais Cânticos com bom rei David. Quanto à melodia, parecia melhor moderá-la da maneira que temos feito, de modo a dar-lhe a gravidade e a majestade que convém ao seu tema, e que pode mesmo ser adequado para cantar na igreja, de acordo com aquilo que foi dito.
(Do Prefácio de Calvino para o Saltério de Genebra de 1543)
João Calvino comentando I Coríntios 14:15: "Quando ele diz, cantarei salmos, ou, cantarei, ele faz uso de uma instância específica, ao invés de uma declaração geral. Pois, como os louvores de Deus eram o assunto dos Salmos, ele quer dizer pelo canto dos Salmos - bendizer a Deus, ou render graças a Ele, porque em nossas súplicas, ou pedimos uma coisa a Deus, ou reconhecemos algumas bênçãos atribuídas a nós. A partir desta passagem, ao mesmo tempo deduzimos, que o costume de cantar já estava nessa altura em uso entre os crentes, como parece também por Plínio, que escrevendo cerca de quarenta anos depois da morte de Paulo, menciona que os cristãos estavam habituados a cantar Salmos a Cristo antes do amanhecer. E eu de facto também não tenho quaisquer dúvidas que desde o início eles adoptaram o costume da Igreja Judaica de cantar Salmos."


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Organizações Globo cria site para notícias sobre religião

É isso amigos. Através do seu jornal popular online "Extra", as organizações Globo criaram um informativo sobre religião, uma idéia outrora totalmente rechaçada pela direção da mesma. No site, os leitores acessam informações sobre vários acontecimentos e notícias das várias religiões existentes no Brasil. A provável estratégia é aumentar as visitas dos religiosos (principalmente os evangélicos, que sempre viram a Globo como um inimigo) em seu portal e consolidar sua liderança entre os provedores de notícias. Quem diria...


Dentro do site copiei esta notícia interessante:

Caetano Veloso diz em entrevista que filhos frequentam a Igreja Universal

Foto: O Globo / Monica Imbuzeiro
Religião & Fé

Em entrevista à revista Serafina, do jornal Folha de São Paulo, o cantor Caetano Veloso, que se define como ateu, revelou que dois de seus filhos frequentam a Igreja Universal do Reino de Deus. Tom e Zeca são filhos de Caetano com Paula Lavigne, sua última mulher e atual empresária. O cantor definiu da seguinte forma a opção religiosa dos filhos: "Minha geração teve que romper com a religiosidade imposta, a deles teve que recuperar a religiosidade perdida".